Ao lado de comitiva, Bolsonaro tieta jogadores em treino do Fla; Torcida protesta
O presidente, mais uma vez, esquece a pandemia e o sofrimento da população para quebrar protocolos e pagar mico ao lado do Flamengo
por Agência Futebol Interior
Rio de Janeiro, RJ, 23 (AFI) - Bolsonaro, mais uma vez - ato constante em seu governo -, deixa as urgências de lado e em meio à crise com a falta de oxigênio em Manaus e com mais de 200 mil mortes devido à covid-19, para visitar um clube de futebol. O presidente esteve no treino do Flamengo, em Brasília, na última sexta-feira.
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Alguns jogadores não perderam tempo de tietar o presidente, como o meia Diego, o lateral Filipe Luis, o volante William Arão, além dos atacantes Gabigol, Pedro e Bruno Henrique, dentre outros. Gerson, figura icônica no combate ao racismo, não foi visto cumprimentando Bolsonaro, que, assim como Mourão, já disse inúmeras vezes que racismo no Brasil não existe.
Vale lembrar que o Flamengo já sofreu com covid-19 e teve boa parte do seu elenco infectado. Inclusive, 'esperneou' para tentar adiar um confronto diante do Palmeiras, que acabou empatado por 1 a 1. Não conseguiu por veto da CBF. O clube mostra incoerência com o caso.
PROTESTO
Algumas páginas de torcida do Flamengo e membros de torcida organizada criticaram ferozmente a presente de Bolsonaro, e sua comitiva, em um treino do clube. O fato gerou até mesmo uma nota de repúdio do 'Flamengo da Gente', como podemos ver abaixo:
Não pela primeira vez, o presidente Jair Bolsonaro, em momento de vertiginosa queda da aprovação popular com a aceleração da pandemia e a morosidade da vacinação, tenta, com complacência dos dirigentes rubro-negros, colar sua imagem no clube mais querido do Brasil.
Com o agravante, desta vez, de ele e sua numerosa comitiva terem contato próximo, sem uso de máscara, com jogadores e outros integrantes da delegação rubro-negra — expondo todos ao risco de contágio pelo coronavírus e rasgando qualquer protocolo de segurança estabelecido pelas autoridades sanitárias e a Confederação Brasileira de Futebol.
Cabe destacar o contraste com a ocasião do primeiro aniversário da tragédia do Ninho do Urubu, quando o Flamengo negou o acesso ao CT a familiares de vítimas do incêndio, sob a alegação de que isso perturbaria as atividades dos jogadores: demonstração clara de total inversão de valores.
O Flamengo da Gente lamenta que, mais uma vez, o Clube de Regatas do Flamengo — cuja atual gestão, para se distanciar da homenagem feita por este grupo a um atleta morto pela ditadura da qual Bolsonaro sente saudades, assegurou em nota não se posicionar sobre assuntos políticos — sirva de palanque a tão nefasta figura, vinculando sua imagem a um dos mais sombrios capítulos da História nacional.